O relógio em cima da cômoda marcava 3:00 am, Manuela não conseguia dormir, não conseguia parar de pensar no corpo quente que dormia ao seu lado. Ludibriada pela luz fraca que entrava pela janela entreaberta, via apenas os contornos do corpo despido de Miguel, a pele alva, salpicada de pintas em contraste lhe era atraente, macia, agradável ao tato, instiga o contato, com as mãos esquadrinhava o corpo dele em deleite. Lembrou daquele olhar fugaz, claro no tom, escuro de sentido, ele nunca a olhava nos olhos por muito tempo, e isso a incomodava, o que ele escondia? Ela desejava saber, desejava saber também se ele sentia por ela o mesmo que ela sentia por ele. Odiava a incerteza, mas adorava a composição que ele era. O jeito como ele bagunça o cabelo quando está sem graça ou como gesticula com as mãos quando fala, como pega em sua nuca de forma doce e firme e a beija. O beijo que se torna eloquente, e desce até o pescoço, as roupas deixadas pelo apartamento, marcando o caminho feito, da porta da frente ao quarto. Corpos suados, frenéticos, ardendo de desejo e paixão. Os fetiches, as mordidas do ápice, respiração acelerada e..
Um súbito arrepio a tira de seus devaneios. Seu súbito arrepio acabou acordando-o. Quando os olhos ainda sonolentos de Miguel encontraram os olhos desejosos de Manuela, tudo ficou claro, ele abriu um meio sorriso malicioso e o resto foi instinto.
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