terça-feira, 16 de novembro de 2010

"- Existem corações humanos?
- Bom, se você escutar bem, pode ouvi-los se partindo..."

Filme Heróis Imaginários.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A morte das borboletas.

Quando eu era mais nova, fazia o tipo romântica convicta, porém desprovida de qualquer experiência dessa espécie, sonhava com o dia em que de fato me apaixonaria. Não me contentava com um caso qualquer, queria um romance, igual aos dos filmes - paixão arrebatadora, borboletas no estômago e um final feliz!
Decepção após decepção, me deixou cansada dessa busca interminável, decidi então que, pelo menos por hora, deixaria minha saga amorosa de lado para me focar em outras coisas.. foi ai que meu suposto príncipe encantado surgiu em seu cavalo branco.

 Na época, eu ainda fazia faculdade, ele era de outro curso, mas andava junto com alguns caras da minha roda de amigos, foi assim que o conheci. Quando o vi pela primeira vez, foi num bar, perto da faculdade. Ainda me lembro de como ele estava vestido, usava uma camiseta preta, calça jeans e all star, ele não era tão bonito, mas seu charme me deixou de cara interessada! Aparentemente também se interessou por mim, pois depois de algumas cervejas veio falar comigo, como quem não quer nada. A conversa fluiu naturalmente, tão naturalmente que mal percebemos que a maioria das pessoas da mesa já tinham ido embora. Ele se ofereceu para me levar em casa, e como queria mais um tempo com ele, aceitei.. ficamos conversando por mais um tempo, e com um beijo em minha testa, se despediu.
 Mas como tudo na minha vida não há de ser fácil, existia um problema e esse problema tinha nome: namorada! Mas mesmo assim, nos víamos todos os dias durante todo o mês, é claro que como amigos. Fomos nos conhecendo, tudo em nós era absurdamente compatível, não deu outra.. me apaixonei! Mas não podia trair meus princípios, ele era um cara comprometido, então mantive minha paixonite em segredo, mesmo que uma parte de mim sentisse que ele tinha os mesmos sentimentos, eu jamais poderia ter certeza!
 Como nos tornamos amigos, conversávamos sobre tudo, inclusive sobre a tal namorada, e num dia ele me disse que seu relacionamento estava em crise, e que não tinha mais tanta certeza se era com ela que devia ficar! E então fez uma pergunta que tirou meu chão:
- Má, cê acha possível  gostar de duas pessoas ao mesmo tempo?
- Não sei, discorra sobre..
-Não entenda mal, eu amo minha namorada, mas eu conheci outra pessoa que me fez sentir algo que eu jamais tinha sentido antes. Quando ela aparece meu coração dispara, as coisas parecem ficar em slow motion e tudo fica em preto e branco e só ela em cores, sei que é meio piegas, mas isso nunca tinha acontecido antes!
 Com uma ponta considerável de esperança de que fosse eu a tal garota, respondi:
- Eu realmente não sei, você tem que pensar muito bem sobre, é uma situação delicada.. mas se é tão forte quanto você diz, cara, não deixa passar, eu tenho esperado por isso a minha vida toda e ainda não aconteceu!

 Ele sumiu por alguns dias, só voltei a vê-lo na semana seguinte quando apareceu em casa junto com os caras da minha sala! Ele parecia um pouco envergonhado, imaginei que era por ter vindo sem avisar, mas não era exatamente o motivo. Quando os meninos saíram para comprar as bebidas, só ele ficou. Gastamos um tempo conversando na sacada, foi quando me contou que tinha terminado com a namorada, meu coração quase pulou do peito, tive de me controlar para não deixar transparecer a esperança que emanava de mim, e com cautela perguntei o que tinha acontecido.. Ele parou e ficou me encarando por um momento, nada me respondeu, no segundo seguinte pegou minha mão e colocou em seu peito, fiquei sem reação! E então ele disse:
- Sente isso?
- O que? 
- Meu coração, está disparado!
E realmente estava! A essa altura do campeonato, eu já estava me tremendo toda, rezando pra que ele não percebesse. Ele fitou minha reação e continuou.
- Lembra quando eu te falei sobre a menina que fazia meu coração disparar? É você Má! Mesmo sem saber se é reciproco, precisava falar com você, não podia mais guardar isso! 
 Mal podia acreditar em tanto clichê, dessa vez não era mais um dos meus devaneios românticos, estava realmente acontecendo, era quase surreal.. Não consegui dizer uma só palavra! Então me aproximei lentamente, coloquei a mão que estava livre em seu rosto, olhei em seus olhos.. e não precisei dizer nada! Ele colocou sua mão firme em minha nuca, podia sentir o calor do seu corpo colado ao meu, nossos rostos ficaram mais próximos ainda, e então..o primeiro beijo! 
 Ah! Inexplicável o êxtase que percorria meu corpo! Queria gritar ao mundo minha felicidade! Sentia o rosto quente e as pernas moles. Ele era o cara perfeito, não podia acreditar no quão sortuda eu era, meu próprio conto de fadas, com direito a borboletas no estômago e tudo o mais!
 As semanas seguintes foram incríveis, não achava possível nos darmos melhor até a nossa primeira vez, e acredite, era possível sim! Na cama ele era insuperável, parecia que estava dentro da minha cabeça, parecia saber tudo o que eu queria e gostava!

  Mas passado algumas semanas, a tal ex começou a ligar pra ele, pedindo pra voltar, choramingando e fazendo chantagens baratas, dizia que não conseguia comer, que não conseguia dormir, até fez a própria mãe ligar pra ele. Ela sabia que ele se preocuparia, pois apesar de ter terminado com ela, ainda se importava, afinal de contas, era cavalheiro. Eu não tinha problemas com isso, só me sentia mal por ser o motivo da dor de alguém, já tinha passado por isso antes e não desejo a ninguém. Mas a situação mudou de figura, quando ele pareceu ficar balançado com tudo aquilo. Então tomei uma decisão que parecia ser a mais sensata.. pedi um tempo, não porque eu queria aquilo, mas era o que ele precisava, um tempo para resolver as coisas com ela de uma vez, um tempo pra que ele fosse só meu, eu estava disposta a fazer qualquer coisa por ele, inclusive esperar, já tinha esperado tanto pra acha-lo, o que seria mais alguns dias? 
 O que eu não sabia, é que ele era absurdamente orgulhoso, e seu orgulho não deixou que ele entendesse meus motivos de fazer aquilo, foi embora sem nada me responder. Eu tola, achei que ele voltaria.
 Três semanas se passaram e nós ainda nos víamos quase todos os dias, mas apenas como amigos, e era uma tortura estar perto dele sem poder toca-lo. Estava começando a ficar neurótica com toda essa demora.
 Eu esperei, esperei, esperei… e nada! De alguma forma, eu sabia que ele queria voltar, mas algo o impedia, e esse algo era seu orgulho ferido! E então eu percebi que eu continuaria a esperar em vão!

 Vi na primeira festa que surgiu, uma oportunidade para me embriagar e afogar todas as magoas. Então me maquiei, coloquei meu melhor vestido e sai.. bebi uma, bebi duas, bebi incontáveis doses de whisky, cowboy, nada melhor do que whisky para anestesiar um coração ferido. Lá pelas tantas da noite as coisas começaram a ficar obscuras.. precisava sentar, não tinha onde, foi quando vi um rosto conhecido na multidão, um cara que estagiava comigo, não o conhecia muito bem, não me importei, precisava de um apoio! Pedi ajuda para ir pra casa.. foi o que bastou para que o presunçoso achasse que estava dando em cima dele - sem pensar duas vezes me beijou. Num súbito impulso  o afastei, corri para fora da festa e chamei um taxi, como cheguei em casa, é um mistério.
 No dia seguinte ressaca, ressaca e mais ressaca, pior que isso, a ressaca moral. Minha razão argumentava com o fato  óbvio de que estava solteira, e que o ocorrido da noite não tinha sido nenhuma traição, mas minha consciência me enchia de uma culpa, que eu realmente não sabia se deveria ter. Meu coração pertencia a ele, mas não sabia se ele algum dia me pertenceu . Contar ou não contar sobre a festa?  a dúvida me corroía, a ressaca fazia seu corpo doer, e a ansiedade não me deixava dormir.
 Acabei contando, é claro que esperava que ele entendesse - como foi ingênua!- agora eu tinha ferido sua masculinidade. Ele simplesmente perdeu a vontade, foi tudo o que ouvi dele.  Deixei todo orgulho e amor próprio de lado e implorei, me humilhei  por uma segunda chance, e ele frio, só respondeu novamente que tinha perdido a vontade e isso era tudo que ele tinha a dizer.

 O torpor em que estava mergulhada , me impediu de perceber as noite em que passei em claro, remoendo, revivendo em minha memória todos os dias bons - que prática mais masoquista! - tudo o que eu era agora, eram olhos inchados e unhas roídas. Tudo que queria era deixar de existir, sem dor, sem pensar.. até que toda essa tristeza deixasse de  ser. Perdida,  no álcool achei um escape para tudo isso.
 Os dias foram se arrastando enquanto me embriagava cada vez mais. Algumas amigas, preocupadas, resolveram intervir, achavam que me tirar um pouco de casa era a solução, então decidiram me levar a uma festa, pensando que aquilo iria me animar, grande erro! Quando chegamos a festa, adivinha quem foi a primeira pessoa que entrou em meu campo de visão? sim, o próprio! Queria morrer.
 Fiquei o observando de longe, meus olhos inquietos e curiosos, escondidos por de traz das lentes escuras do óculos, perseguiam todos os seus movimentos. Algumas horas mais tarde, ele veio falar comigo, era claro que ainda existia algo entre nós! Ambos ludibriados pelos álcool ficamos conversando, apenas coisas triviais, trocando olhares sugestivos por horas, então ele disse que me levaria pra casa , a merda estava feita!
 Quando chegamos em meu prédio, o convidei para subir, iludida que dai para frente nos acertaríamos - que estúpida! -, ele me comeu sem escrúpulos, sem remorso me largou estirada na cama e foi embora sem avisar. O cara que antes era o cavaleiro da armadura dourada se transformara no carrasco que arrancou meu coração e o levou numa bandeja de prata.
 E o que ouvi dele no dia seguinte foi que  tinha voltado com a ex namorada.. Depois disso nunca mais tive notícia alguma dele. 

 Cansada de sofrer, prometi a mim mesma que homem algum, seria homem o suficiente pra partir meu coração de novo! Então me espelhei em todos os caras escrotos que passaram pela minha vida, me tornei fria, a menina que amava filmes de romance deixou de existir, e as borboletas que antes habitavam meu estômago, se foram pra sempre! 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

silêncios que incomodam.

“–  Não odeia isso?
 – Isso o quê?
 – Os silêncios que incomodam. Por que temos que falar de idiotices para nos sentirmos bem?
 – Não sei… É uma boa pergunta.
 – É assim que sabe que encontrou alguém realmente especial. Quando pode calar a boca por um minuto e sentir-se à vontade em silêncio.
 – Ainda não chegamos lá, mas não se zangue, nos conhecemos agora. “ 

(Filme Pulp Fiction)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Carta de Napoleão Bonaparte a Josefina.





 “Não passo um dia sem te desejar, nem uma noite sem te apertar, nos meus braços; não tomo uma chávena de chá sem amaldiçoar a glória e a ambição que me mantêm afastado da vida da minha vida.
 No meio das mais sérias tarefas, enquanto percorro o campo à frente das tropas, só a minha adorada Josefina me ocupa o espírito e coração, absorvendo-o por completo o pensamento. Se me afasto de ti com a rapidez da torrente de Ródano, é para tornar a ver-te o mais cedo possível. Se me levanto a meio da noite para trabalhar, é no intuito de abreviar a tua vinda, minha amada.
E no entanto, na tua carta de 23, tratas-me na terceira pessoa, por Senhor!
 Como pudeste escrever-me uma carta tão fria? E depois, entre 23 e 26 medeiam quase quatro dias: que andaste tu a fazer, porque não escreveste a teu marido?...
 Ah, minha amiga, aquele tratamento do “senhor” e os quatro dias de silêncio levam-me a recordar com saudade a minha antiga indiferença. (…) Isto é pior que todos os suplícios do Inferno. Se logo deixaste de me tratar por tu, que será então dentro de quinze dias?! Sinto uma profunda tristeza, e assusta-me verificar a que ponto está rendido o meu coração. Já me queres menos, um dia deixarás de me querer completamente; mas avisa-me, então. Saberei merecer a felicidade…Adeus, mulher, tormento, felicidade, esperança da minha vida, que eu amo, que eu temo, que me inspira os sentimentos mais ternos e naturais, tanto como me provoca os ímpetos mais vulcânicos do que o trovão. Não te peço amor eterno nem fidelidade, apenas a verdade e uma franqueza sem limites.
 No dia em que disseres: “Quero-te menos”, será o último dia do amor. Se o meu coração atingisse a baixeza de poder continuar a amar sem ser amado, trincá-lo-ia com os dentes.Josefina: lembra-te do que te disse algumas vezes: a natureza faz-me a alma forte e decidida. A ti, fez-te de rendas e de tule? Deixaste ou não de me querer? Perdão, amor da minha vida.
 A minha alma está neste momento dividida em várias direções e combinações, e o coração, só em ti ocupado, enche-se de receios…
 Enfada-me não te chamar pelo teu nome, mas espero que sejas tu a escrevê-lo. Adeus. Ah, se me amas menos, é porque nunca me amaste.
Tornar-me-ias então digno de lástima.

P.S. – A guerra este ano está irreconhecível. Mandei distribuir carne, pão, e forragens à minha cavalaria prestes a pôr-se em marcha. Os soldados patenteiam-me tal confiança que não tenho palavras para descrever-te. Só tu me causas desgostos.


Só tu, alegria e tormento da minha vida. Um beijo aos teus filhos, de quem não me dás notícias. Ai, não! – levar-te-ia a escrever o dobro, e as visitas das dez da manhã não teriam o prazer de ter ver. Mulher!"


-
"Je n'ai pas passé un jour sans t'aimer ; je n'ai pas passé une nuit sans te serrer dans mes bras ; je n'ai pas pris une tasse de thé sans maudire la gloire et l'ambition qui me tiennent éloigné de l'âme de ma vie. Au milieu des affaires, à la tête des troupes, en parcourant les camps, mon adorable Joséphine est seule dans mon coeur, occupe mon esprit, absorbe ma pensée. Si je m'éloigne de toi avec la vitesse du torrent du Rhône, c'est pour te revoir plus vite. Si, au milieu de la nuit, je me lève pour travailler, c'est que cela peut avancer de quelques jours l'arrivée de ma douce amie, et cependant, dans ta lettre du 23 au 26 ventôse, tu me traites de vous.
Vous toi-même ! Ah ! mauvaise, comment as-tu pu écrire cette lettre ! Qu'elle est froide ! Et puis, du 23 au 26, restent quatre jours ; qu'as-tu fait, puisque tu n'as pas écrit à ton mari ?... Ah ! mon amie, ce vous et ces quatre jours me font regretter mon antique indifférence. Malheur à qui en serait la cause ! Puisse-t-il, pour peine et pour supplice, éprouver ce que la conviction et l'évidence (qui servit ton ami) me feraient éprouver ! L'Enfer n'a pas de supplice ! Ni les Furies, de serpents ! Vous ! Vous ! Ah ! que sera-ce dans quinze jours ?...
Mon âme est triste ; mon coeur est esclave, et mon imagination m'effraie... Tu m'aimes moins ; tu seras consolée. Un jour, tu ne m'aimeras plus ; dis-le-moi ; je saurai au moins mériter le malheur... Adieu, femme, tourment, bonheur, espérance et âme de ma vie, que j'aime, que je crains, qui m'inspire des sentiments tendres qui m'appellent à la Nature, et des mouvements impétueux aussi volcaniques que le tonnerre. Je ne te demande ni amour éternel, ni fidélité, mais seulement... vérité, franchise sans bornes. Le jour où tu dirais «je t'aime moins» sera le dernier de ma vie. Si mon coeur était assez vil pour aimer sans retour, je le hacherais avec les dents.
Joséphine, Joséphine ! Souviens-toi de ce que je t'ai dit quelquefois : la Nature m'a fait l'âme forte et décidée. Elle t'a bâtie de dentelle et de gaze. As-tu cessé de m'aimer ? Pardon, âme de ma vie, mon âme est tendue sur de vastes combinaisons. Mon coeur, entièrement occupé par toi, a des craintes qui me rendent malheureux... Je suis ennuyé de ne pas t'appeler par ton nom. J'attends que tu me l'écrives. Adieu ! Ah ! si tu m'aimes moins, tu ne m'auras jamais aimé. Je serais alors bien à plaindre.


P.-S. - La guerre, cette année, n'est plus reconnaissable. J'ai fait donner de la viande, du pain, des fourrages ; ma cavalerie armée marchera bientôt. Mes soldats me marquent une confiance qui ne s'exprime pas ; toi seule me chagrine ; toi seule, le plaisir et le tourment de ma vie. Un baiser à tes enfants dont tu ne parles pas ! Pardi ! cela allongerait tes lettres de moitié. Les visiteurs, à dix heures du matin, n'auraient pas le plaisir de te voir. Femme !"


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

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Afeto efêmero, desapego complicado
Noites insones, dias nublados.
Olhos que se cruzam sem sintonia
Sombrio o êxtase desse sentimento nefasto.
A sentença é dada!
Unhas roídas, mais um cigarro.
Billie Holiday no rádio. 
Copo vazio, prévia da execução
Mais uma dose, 
Um último suspiro…
- Acabe logo com isso!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um pequeno conto para começar.

O relógio em cima da cômoda marcava 3:00 am,  Manuela não conseguia dormir, não conseguia parar de pensar no corpo quente que dormia ao seu lado. Ludibriada pela luz fraca que entrava pela janela entreaberta,  via apenas os contornos do corpo despido de Miguel, a pele alva, salpicada de pintas em contraste lhe era atraente, macia, agradável ao tato, instiga o contato, com as mãos esquadrinhava o corpo dele em deleite. Lembrou daquele olhar fugaz, claro no tom, escuro de sentido, ele nunca a olhava nos olhos por muito tempo, e isso a incomodava, o que ele escondia? Ela desejava saber, desejava saber também se ele sentia por ela o mesmo que ela sentia por ele. Odiava a incerteza, mas adorava a composição que ele era. O jeito como ele bagunça o cabelo quando está sem graça ou como gesticula com as mãos quando fala, como pega em sua nuca de forma doce e firme e a beija. O beijo que se torna eloquente, e desce até o pescoço, as roupas deixadas pelo apartamento, marcando o caminho feito, da porta da frente ao quarto. Corpos suados, frenéticos, ardendo de desejo e paixão. Os fetiches, as mordidas do ápice, respiração acelerada e..
Um súbito arrepio a tira de seus devaneios. Seu súbito arrepio acabou acordando-o. Quando os olhos ainda sonolentos de Miguel encontraram os olhos desejosos de Manuela, tudo ficou claro, ele abriu um meio sorriso malicioso e o resto foi instinto.